quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Crise da Poesia- O Inicio da Prosa

Onde foi parar a felicidade dos meus versos? 
Onde está aquele contentamento juvenil? 
Cadê aquela ingenuidade de criança? 
E a beleza do mundo? Partiu? 

Agora os meus versos tem cheiro de carniça, 
A superfície do meu mundo é lisa, quando não, tem buracos. 
Alegria é finita, e os justos são errados. 

Para ser sincera, não gosto tanto de versos... 
Prefiro escrever poesia em parágrafos!

A Sombra dos Sentimentos

Um olhar de medo,
Um olhar de assombro,
O garoto costuma deixar para quem olha fundo em seus olhos.
Mas é extremamente carinhoso,
Como pode?
Quando ri, se comove,
Mas quando fala, representa um personagem que não é ele.

Quando desatento, parece experiente nesse negocio de sentir dor, mas não se acostuma,
Quando chora, se tortura e deixa escorrer lágrimas pelo coração. 

O menino de dia é humano, de noite é sombra, 
Não dorme, passa a noite chamando o nome de desconhecidos, e alertando-os sobre a morte.

Teme tudo, todo momento,
Teme a água, teme o vento,
Seu coquetel de sentimentos corta mais do que a faca mais afiada, 
Arde mais do que a ferida mais sangrada,
E apesar de tudo, vive mais que a vida mais vivida.

sábado, 24 de agosto de 2013

O Garoto da Capa Negra

Não sei o que se esconde atras de sua capa negra,
que não me deixa ver seu corpo,
mas seus olhos são estrelas,
atravessam a capa e invadem o meu coração. 
Com meus sentimentos e suas palavras escrevo um poema
sobre nossos problemas e minha confusão.
Sinto medo, temor, me apavoro,
você me maltrata e me cuida, me ignora e me escuta,
não há quem possa compreender minha situação. 
Tem pessoas que tentam explicar com teorias comuns:
não é meu caso.
Tem gente que diz que é normal:
não é verdade.
É deprimente, uma força do além me empurra para o suicídio,
mas eu tenho a ilusão de que algum dos meus amigos sofrerá se eu for embora.
Não devia ser tão ingênua.
No dia em que minhas forças se esgotarem, e ansiar por vida,
Aconselho a todos, não me ajude, para vocês não fará diferença, não se distraia com a miséria do mundo,
Apenas, deixe-me morrer,
Até então, não estarei em paz.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Almas Envergonhadas


Todos os dias, todas as horas,
Que eu te procuro,
Você não se importa,
Pelo contrário, não vê, não olha,
Sou apenas uma alma desamparada que vaga solitária pelo tempo e espaço,
Mas, observo crianças correndo, brincando de pique-pega, vejo-as contando seus segredos, descubro mistérios.
Também vejo outras almas penadas como eu, tristes ou contentes, companheiras ou solitárias, mas por dentro sempre serão erradas, de um jeito ou de outro serão, descobrirão o que ninguém descobre, vagarão sozinhas no meio da multidão.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Quem sou eu?

Estou com um problema de identidade.
Me encontro nas mentiras e me perco nas verdades.
Me oculto em um exorbitante mar de dúvida.
Nos fortuitos, nas jogadas de sorte, na ventura, no êxito,
Me inspeciono de cima a baixo,
Mas pouco me encontro.
Já nos fatos ordinários,
Na morte, na tragédia e no infortúnio,
Indubitavelmente, 
Me choco constantemente, 
Não saio do lugar.
Na dor, que me é calzada, as provas se encobrem e se escondem em um impreciso jogo de desconfiança.
Outrora, li uma história sobre dois amigos bem distintos:
A vingança e o destino.

sábado, 17 de agosto de 2013

Extremo Viver

Parece que tudo, parece que o mundo, sempre nos culpará,
Mas que a verdade seja dita,
E que essa culpa maldita tarde a me encontrar.
Mas entrelinhas comento:
Se viver for um crime, espero muito pecar,
Pecar por exagero, pecar por viver, pecar por respirar.
E ainda viverei para ajudar os malvados,
No dia em que ambos extremos forem errados,
Direi a um mundo atento:
Viverei a margem da lei.
Nem fora, nem dentro.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Medo de Noite

Quando meu coração pesa, 
E minhas pupilas dilatam; 
Me encontro sozinha no escuro, 
No suspense da noite, 
Longe de uma madrugada; 
Nessas horas insensíveis com a nossa alma, 
Nos preenche com a duvida do desconhecido e uma certeza mortal, 
Nos cobre de desamor e incerteza sobre o nosso próprio corpo. 
Coragem é ilegal. 
Feliz é quem entra no quarto com uma fraca luz de lanterna e pergunta: 
- Você viu? Como está linda a lua!?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Como Contar As Horas

Se um segundo fosse uma vida,
Se uma vida fosse uma hora,
Se a vida passasse em um minuto,
Você aproveitaria o agora?
Mas dependemos do nosso passado para escrever o futuro.
É assim que se contam as horas. 

sábado, 3 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Infância Reprimida

Lembro me de quando era criança,
Da minha infância,
Lembro me de jogar bola na lama,
De andar com o pé no chão.
Lembro me de deitar na areia com o corpo e beija-la com o coração,
E minha mente muito suja, porque não?
Repreensão, sem fronteira e para todos os lados.
Tão sutil quanto um elefante, leve como chumbo, pesando nas minhas mãos, 
Todas sujas de barro, não aguentam o peso e se espatifam no chão!
Não aguentava mais toda minha imperfeição.
E hoje, quando choro os meus sofrimentos passados, me recriminam do mesmo modo e a ferida passada não se fecha e continua sangrando igual a muitos anos atrás.