sexta-feira, 12 de julho de 2013

Rei Artur

Pequeno pirralho, do tamanho exato para ocupar o espaço vazio no meu coração. 
Me puxou em tudo, no gosto por música e por filmes, me puxou pela mão, 
E me levou para uma montanha russa cheia de altos e baixos.
Agora parecemos irmãos!
E a culpa é sua! 
Caí em uma tremenda aventura de perder a noção.
Perdi a noção da realidade, nas nossas histórias eu era a mocinha e você o vilão.
Me irrita, implica, complica minha vida, mas quando aumenta a distância eu fico sem chão.
Rimos, cantamos, gritamos, quase nos matamos, e no final pedimos perdão.
E então? Quem está com a razão?
Eu perdi ela na estrada e você nem tirou ela do caminhão. O caminhão da mudança de uma ingênua criança para um rapagão.
E levamos para casa uma inesquecível lição: 
Deve-se se importar com quem se ama e não com quem tem o maior pedaço de pão.
E foi dessa forma que meu rei Artur virou o rei do meu coração.

Juramento de Amor

Por mim você mudaria o mundo?
Eu faria isso por você.
Se você morresse não sei o que seria de mim.
Tudo na vida tem sua distância, a nossa deve ser zero quilômetros e muito menos de meio metro quadrado.
Não sei o que deu em meu coração, acho que ele foi roubado. 
Mas por quem?
Para roubar meu coração não tem que ser alguém, tem que ser alguém como você!
Sozinho não sei o que fazer,
Arranco meus cabelos, 
Começo a enlouquecer.
Desde que te vi me achei diferente:
Comecei a viver!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nuvens Noturnas

Nuvens Noturnas,
Misteriosas vitimas da vista de quem dorme ao relento.
Doces algodões que escorregam na língua quando pronunciados.
Com seu caráter soturno,
Mancha acinzentada no breu profundo.
Seu corpo deixa transluzir a lua cheia, e veste-a com seu manto diáfano enchendo-a de amor.
Leves como pluma, mas se ancoram na alma. 
Fincam nas pedras mais duras, amaciam-las lentamente, talvez causem temor. 
Temor pelos segredos guardados nos corações dos anjos, 
não dos que dormem após um longo dia ensolarado, 
mas dos que atravessam a noite escrevendo poemas sobre as nuvens e sobre toda sua dor.

Meu Metapoema

Escrevo por que tenho que escrever, sou obrigado a isso.
Até que, como magnetismo, meu lápis grude no papel, as palavras me maltratam e me algemam com a angústia dos meus versos mal escritos, amaçados e entregues ao lixo.
É uma dívida a ser paga
É um dever a ser feito
Uma missão a ser cumprida
Passo noites a claro com meu sofrimento permanente, que a mim é inerente, é de minha natureza.
Não sou nada, não sou artista, não sou poeta, não nenhuma coisa concreta, apenas libero em uma folha meus problemas mal resolvidos, como se contasse com cuidado os fatos para um velho amigo.
Mas eu gosto dessa dor persistente que me deixa impaciente até estar livre deste fardo.
Sou um masoquista nato.
Sempre de coração partido, me sinto punido ao escrever em um pedaço de papel rasgado os meus versos baratos e sofridos.

Caro Futuro

Caro futuro,
Não me julgue pelos meus erros,
Nem pelos meus acertos.
Simplesmente, não me julgue.
Deixe que meus pecados rudimentares se contrastem com meus acertos infalíveis e meus protestos imorais.
Impeça, a todo custo, de que eu caia em qualquer abismo que cause a meus amigos sofrimento e dor.
Permita que nos meus campos cresçam rosas coloridas,
E que nos últimos dias da minha vida elas invadam minha alma sem o menor pudor.
Caso uma avassaladora peste me dominar, me abandone aos enganos do mundo e ao relento, para que alguém possa ter algum contentamento. 
Que não saiba de minha súbita queda, 
mas se lembre eternamente de nossos melhores momentos.
Caro futuro, lhe peço mais uma coisa:
Que as coisas que me motivam hoje, me transformem em outra pessoa. 

Destino

O que me espera na esquina?
Só pode ser brincadeira!
Se for esfera, é bola
Se for cubo, é dado
Mas se o mundo virar ao contrario?
 O que faço?
Chuto a bola no gol, ou vicio o dado?
Lá no quarto ao lado tem uma voz que me alerta o perigo.
Essa voz temerosa se chama destino.

As Duas Estrelas

Era uma vez duas estrelinhas,
uma no céu e outra no chão.
A do céu voou para longe,
a outra ficou no meu coração. 
As estrelas do céu são voláteis e rápidas como um avião. 
As do chão são reais e uma vez junto de nós, nunca nos largarão.
Mas quando se há um sonho, que eu sei que há
Abro minhas asas e levanto voo para poder alcançar
a estrelinha da constelação de sonhos que ofuscam o luar.