quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Finito Infinito

Sempre gostei do que é finito,
E tive muitos problemas com isso:
Com a família, velhos amigos eternos, gato, cachorro, periquito, papagaio e de cá para então.
Devo aproveitar o que há de novo para construir o meu castelo,
Eu vou pregá-lo com pregos, parafusos e martelos,
O que vem de fora não me atingirá.
Mas o que vem de dentro, um sopro, um mero vento me desmoronará,
E dormirei ao relento,
Mas tudo hei de se reorganizar,
Mesmo sabendo que tudo se apagará com o tempo.
Passado, pretérito imperfeito, tão imperfeito que insiste em me chamar,
Mas essa voz não vem de dentro, não é sonho, é pesadelo!
Por favor! Fique aonde está!
Não me lembre aqueles momentos de sangue a se derramar, lágrimas a se desperdiçar.
Mas agora que tudo está tão perfeito, tu não há de voltar, por favor!
Sua voz antiga não desiste até me infernizar.
A vida é uma linha fina, meio milímetro para o lado e você cairá,
Não posso errar,
Devo me preparar, o futuro me julgará.
Não tente me salvar,
Você não se afogará comigo,
Sabe, nesse tempo sozinha aprendi bastante sobre individualismo,
E para uma sobreviver agora, um corpo há de boiar...
Passado, história que persiste em retornar, não volte a me apedrejar.
Porque a grama do vizinho é sempre a mais verde?
Na minha vida toda, uma única vez me fez sorridente, esse sorriso há de continuar!
Passado, na época em que era futuro, estar certo era errado, mas você teve que aparecer para me envergonhar.
Por favor, nunca pergunte sobre minha história, quem sabe assim, ela poderá descansar.